O boi “terceira safra” é resultado do cultivo integrado de milho consorciado com braquiária na safrinha
Dono do maior rebanho bovino comercial do mundo, o Brasil conta com mais de 218 milhões de cabeças de gado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, aproximadamente, 190 milhões de hectares ocupados por pastagens. Esses números representam o potencial que o país tem para aumentar a produção sem a necessidade de abertura de novas áreas. O modelo de produção lavoura-pecuária favorece esse crescimento sustentável. Com ele, a Sementes Jotabasso produz anualmente, na mesma propriedade, duas safras de grãos e, ainda, uma terceira safra, de boi.
A realidade do campo
Na produção pecuária brasileira, a base para a alimentação do rebanho criado a campo são as pastagens. Em vários estados brasileiros, áreas anteriormente utilizadas exclusivamente para pecuária, hoje dividem espaço com atividades agrícolas, como as culturas da soja e do milho, formando o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (SILP).
Vantagens da integração
O principal objetivo do SILP é o cultivo do solo o ano todo, mantendo-o continuamente coberto e conseguindo um incremento na produção de grãos, além de obter ganho em carne e leite a custos mais baixos.
Nesse sentido, os SILPs têm se apresentado como uma das melhores alternativas para reduzir os custos com adubação em pastagem, além de reduzir os riscos de degradação dos recursos naturais.
Esse tem sido o modelo praticado pela Sementes Jotabasso, que voltou a investir na pecuária de corte. Ainda na década de 1980, a empresa atuava na área de gado leiteiro e de corte, quando chegou a contar com cerca de 8 mil cabeças de gado. Anos mais tarde, houve mudança no perfil da empresa e o foco passou a ser a produção de sementes de soja, milho e sorgo.
Hoje, a Jotabasso investe na “terceira safra, com a integração lavoura-pecuária (ILP) que, além da soja na safra de verão, realiza o cultivo de milho consorciado com braquiária na segunda safra, o que possibilita a engorda de bovinos durante 60 dias.
Como funciona
“O sistema integra as atividades com o objetivo de maximizar racionalmente o uso dos fatores terra, infraestrutura e mão de obra, diversificando e verticalizando a produção, minimizando custos, diluindo riscos e agregando valores aos produtos agropecuários, através dos recursos e benefícios que uma atividade proporciona à outra”, destaca o gerente de produção da Sementes Jotabasso, Adelir Nicolini.
O profissional explica que, após a colheita da soja, é semeada a braquiária em 2.500 hectares da área. Além disso, ainda mais 3.500 hectares consorciados com milho safrinha, com 2,5 kg de braquiária por hectare, são usados na recria dos animais.
“Nesse sistema utilizamos na faixa de 5 UA/ha (unidade animal por hectare), durante 4 meses. Esses animais recebem uma suplementação proteinada de 0,4% do peso vivo. O ganho de peso varia de 1,0 a 1,2 kg/UA/dia”, explica Nicolini.
Semiconfinamento
No período final da engorda, os animais vão para um sistema de confinamento, com elevada quantidade de concentrado fornecido para os bovinos até então mantidos nas pastagens. De uma forma mais simples, a parte volumosa da dieta é o pasto, o qual está permanentemente à disposição dos animais, sendo o concentrado fornecido em cochos, podendo utilizar os mesmos ingredientes do confinamento tradicional.
“Nesse sistema, retiramos os animais do projeto de integração e colocamos no semiconfinamento, com 0,30 metros de cocho por cabeça. Nos piquetes utilizamos braquiária Piatã e braquiária Brizantha, em uma área 465 hectares, toda piqueteada, onde os piquetes variam de 9 a 26 hectares, e nestes colocamos 8 UA/ha. Esses animais recebem uma ração balanceada na faixa de 2% do peso vivo”, detalha o gerente de produção.
“O resultado que estamos obtendo é de 1,5 a 1,7 kg/UA/dia e rendimento de carcaça que varia de 56,15% a 57,09%”, finaliza Nicolini. Desta forma, é possível manter o solo produzindo de maneira equilibrada durante todo o ano e, ainda, alcançar incremento na produção bovina utilizando os recursos já disponíveis na propriedade.
Informações para a imprensa
Texto: AgroUrbano Comunicação
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