Em algumas lavouras a produtividade foi de 70 sacas de soja por hectare, superando as expectativas diante da estiagem
Perto de finalizar a colheita da soja no Rio Grande do Sul, já é possível perceber os prejuízos causados pela estiagem que castigou as lavouras gaúchas nesta safra. De acordo com a Emater/RS-Ascar, a colheita do grão no RS já atingiu 91% da área cultivada e as produtividades estão bem abaixo do esperado. Conforme os técnicos da entidade, as lavouras afetadas pela estiagem têm apresentado baixa produtividade e grãos malformados.
Porém, mesmo diante do cenário deixado pelo déficit hídrico, algumas lavouras apresentaram bom desempenho devido aos investimentos feitos antes mesmo do plantio, na preparação do solo.
Na região noroeste do RS, uma das principais regiões produtoras, o solo, apesar de produtivo, é bastante argiloso. A soja, por sua vez, necessita de um solo com fertilidade média e que não seja muito ácido ou mal drenado, para desenvolver todo seu potencial produtivo. Assim, para nutrir e equilibrar o solo, os produtores vêm descobrindo os benefícios de utilizar o sulfato de cálcio granulado.
“Esse fertilizante mineral combate o alumínio tóxico do solo e é um poderoso enraizador das plantas. A liberação de cálcio e enxofre começa já a partir dos 21 dias após a aplicação, além de ser 150 vezes mais solúvel que o calcário. A diferença disso na prática é uma planta mais vigorosa já na arrancada e com a radícula mais profunda”, explica o engenheiro agrônomo e especialista em solo, Eduardo Silva e Silva.
No município de Giruá, por exemplo, o jovem produtor Cássio Bernardo Conrad, de 24 anos, descobriu isso logo cedo. “Quando meu pai me deu uma área para cuidar, eu resolvi fazer um teste, e colocamos de tudo, mas na metade da área usamos só o sulfato de cálcio granulado e vimos que ali tinha um produto diferente. O resultado era visível nas plantas. Aplicamos na linha com adubo e depois disso meu pai viu que estava dando resultado. Assim, começamos a usar em tudo, até na pastagem”, conta Cássio.
Para esta safra, Cássio aplicou no momento do plantio 200kg de sulfato de cálcio granulado por hectare misturado com adubo, e o resultado foram 70 sacas por hectares de soja em sequeiro. O objetivo era aplicar numa área de 35 hectares, no entanto, uma parte ficou sem sulfato de cálcio devido a problemas na máquina que mistura os insumos.
“Meu objetivo era aplicar o SulfaCal em toda a área, mas como aconteceu esse problema na máquina, uma área ficou sem, e o resultado foi uma diferença de 11 sacos entre uma área e outra. Onde havia sido aplicado o produto, foram colhidas 70 sacas/ha, e no trecho sem sulfato de cálcio foram 59 sacas/ha”, relata.
O produtor destaca que essa diferença aconteceu com a utilização da mesma variedade de semente em uma área não irrigada, tendo em vista que a região de Giruá enfrentou duas estiagens, uma na fase da floração e outra no enchimento do grão.
O produto utilizado, o fertilizante mineral à base de sulfato de cálcio, é o SulfaCal, que age através do cálcio e do enxofre presentes na formulação granulada de fácil aplicação e é até 150 vezes mais solúvel que o calcário.
A partir de nutrientes presentes no sulfato de cálcio, o solo fica mais permeável, permitindo que as raízes se nutram com mais facilidade. O agrônomo e especialista em solos, Eduardo Silva e Silva, explica que o cálcio solúvel auxilia a raiz a buscar água nas camadas mais profundas. “O sulfato de cálcio granulado é muito eficaz para a descompactação via condicionamento e formação de bioporos deixados por raízes decompostas, aumentando a área de contato das raízes ao solo ajudando a planta a se nutrir dos nutrientes residuais”, finaliza.