Responsável pela operação, Divinut, de Cachoeira do Sul (RS), também exporta nozes-pecãs descascadas para Canadá, Arábia Saudita, Espanha, Israel, Itália e Egito
Do Porto Rio Grande, no Rio Grande do Sul, para Montreal no Canadá e Estados Unidos, essa é a rota das 24 toneladas de noz-pecã descascadas que foram comercializadas pela Divinut - uma das maiores processadoras e exportadoras do Hemisfério Sul de noz-pecã. Esta é a primeira exportação da empresa para esses países, o que deve abrir ainda mais as portas no mercado norte-americano para a noz-pecã brasileira. “Essa operação pode ser considerada um marco na história da noz-pecã brasileira, já que é uma fruta nativa dos Estados Unidos. Para que isso fosse possível, foi necessário o registro no FDA (Food and Drug Administration) tipo uma ANVISA deles, que rege toda a comercialização de alimentos e medicamentos no país, então nós já temos esse registro e nos oportuniza vender direto no futuro para o mercado americano, além dessa exportação que já foi efetivada”, explica Edson Ortiz, diretor presidente da Divinut.
Presente no Brasil desde 1870, a noz-pecã foi trazida por imigrantes americanos para o interior de São Paulo, mas encontrou no Rio Grande do Sul a expansão para o seu plantio. Com o consumo mundial cada vez maior de frutas secas, a noz-pecã também ganhou espaço no Brasil, atingindo cerca de sete mil toneladas, o que coloca o país como o quarto maior produtor mundial da fruta.O Rio Grande do Sul sozinho responde por 80% da produção nacional do fruto.
E, neste cenário, a Divinut está localizada em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, município gaúcho que concentra a maior área plantada da América do Sul com mais de 1,2 mil hectares de noz-pecã. "Estamos num patamar de atender qualquer empresa do mundo em termos de exigência, isso nos traz a sensação de realização ao estarmos chegando no ’top do mundo’ em termos de ferramenta de qualidade e exigência. E, ao mesmo tempo, ter a nossa noz-pecã brasileira nos Estados Unidos é algo icônico por ser o berço da noz-pecã. Então para nós é uma alegria, uma satisfação e ao mesmo tempo é um desafio que a gente consiga continuar implantando toda a estrutura de controles e sistemas de qualidade que esse nível de empresa exige”, explica Ortiz.
Segundo Ortiz, a empresa tem implantado diversos sistemas e ferramentas de gestão de qualidade, como um sistema para analisar todo o processo de produção de alimentos que podem trazer riscos para a saúde humana, o mesmo aplicado pela NASA na comida enviada para os astronautas no espaço. "Um dos sistemas internacionais que rege toda a comercialização de alto padrão no mundo com visão sobre a mão de obra, segurança, rastreabilidade, documentos exigidos específicos para essa a exportação", disse Ortiz.
A empresa, com 23 anos de tradição, embarcou em novembro de 2023 o primeiro lote com 19 toneladas de noz-pecã descascadas para a Arábia Saudita e já exporta para outros países como a Espanha que é o maior comprador, Israel, Itália e Egito.
Gulfood 2024, em Dubai
A Divinut terá representante na feira de alimentos Gulfood 2024, em Dubai. E, estará presente, através do seu diretor presidente, Edson Ortiz, no 41º Congresso Mundial de Nozes e Frutos Secos, o principal evento do setor que acontece em Vancouver, no Canadá, de 8 a 10 de maio deste ano. "Estamos com perspectivas de aumentar a exportação para a Índia também, devemos atender os Emirados Árabes, Alemanha e inclusive a Rússia. Para os mercados que estamos abrindo deve existir parceria de continuidade, porém, o que pode limitar talvez seja a falta de matéria prima", destacou Ortiz.
Safra 2024
Segundo Edson Ortiz, diretor presidente da Divinut, a expectativa para a safra 2023/2024 não é das melhores, porque em anos de El Niño, coincide a chuva na florada e com isso a polinização fica insuficiente, e, com o excesso de chuva a Barton, que é a principal variedade de noz-pecã brasileira, deve apresentar uma redução na produtividade.
As demais variedades devem sofrer queda também, pois, logo após as chuvas intensas, a principal região produtora sofreu com a estiagem, o que atrapalhou um pouco o desenvolvimento do fruto, causando doenças devido à umidade e calor intenso.
"Porém, mesmo com esse cenário, os frutos dessa safra devem ser maiores do que a anterior e, outro fator importante, é que possivelmente teremos a colheita com o tempo mais seco, com a previsão de La Niña, o que colabora com a parte operacional e qualidade do fruto. É um desafio sempre, quase certamente teremos cliente querendo, potencial para processamento, mas não a quantidade de matéria-prima suficiente", enfatiza Ortiz.
Texto: AgroUrbano Hub de Comunicação
Foto: Divinut / divulgação
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