Produtora do primeiro azeite de oliva extravirgem comercializado no país, com azeitonas cultivadas em solo brasileiro, a Olivas do Sul comemora a qualidade da safra 2020
Entre os óleos comestíveis, o azeite de oliva tem benefícios reconhecidos e está no ranking de alimentos essenciais do cardápio de quem quer uma vida mais saudável. Chamado de “ouro líquido”, é utilizado, especialmente, na culinária mediterrânea. O Brasil está desvendando os segredos do cultivo de oliveiras e explorando suas possibilidades, da gastronomia ao turismo. Só há pouco mais de uma década, algumas iniciativas desafiaram o senso comum e começaram o cultivo de oliveiras em regiões frias. As árvores de pequeno porte, que exigem baixas temperaturas no inverno e o calor no verão, se desenvolvem bem no Rio Grande do Sul e fomentam um mercado que está em franca expansão.
Em Cachoeira do Sul, na Região Central do Estado, a Olivas do Sul está comemorando os dez anos de uma data importante: em 2010 foi produzida e comercializada no país a primeira safra de azeite de oliva extravirgem, com azeitonas cultivadas em solo brasileiro. A produção de 800 litros colocou a empresa como a primeira produtora do Brasil a constar no Flos Olei – catálogo que reúne os melhores 500 azeites do mundo. Hoje, a Olivas do Sul é reconhecida internacionalmente, com mais de 30 prêmios obtidos em concursos nacionais e em países como Espanha, Itália e Estados Unidos. Entre eles, o selo de qualidade Selezione Leone, obtido em 2019, na Itália.
Pioneirismo – Em 2006, o inquieto engenheiro eletrônico José Alberto Aued decidiu desafiar todas as probabilidades e resolveu implantar o primeiro pomar da Olivas do Sul, com mudas originárias da Espanha. A família Aued buscava melhor rentabilidade na propriedade de 12 hectares. O cultivo, presente na América do Sul, até então era pouco explorado no Brasil. “Sempre ficávamos com aquela indagação de que, se a olivicultura funciona no Chile e na Argentina, por que no Rio Grande do Sul nunca tínhamos tido um caso de sucesso?”, conta José Alberto. A família recorreu a bibliografia estrangeira para conhecer melhor a cultura e fez parcerias com universidades italianas e gaúchas, especialmente o Laboratório de Solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Vimos que, no passado, as oliveiras tinham dificuldade de frutificar devido ao solo, já que a árvore é muito dependente de cálcio, cuja maior fonte é o calcário. Por isso optamos pela correção do solo, nossa aposta foi um diferencial da olivicultura moderna aqui no estado”, revela o produtor. A primeira colheita de azeitonas, em 2009, resultou em um azeite artesanal. A boa safra em 2010 superou as expectativas e, aliada ao reconhecimento, trouxe fôlego para a atividade. A partir daí, a cada ano, as safras vêm acompanhadas de novos aprendizados e aperfeiçoamentos, resultando em um produto fresco com aromas definidos, que transitam entre notas de grama cortada, ervas finas, amêndoas, frutas tropicais, maçã, e alcachofra. Hoje, o leque de opções de rótulos da Olivas do Sul ao consumidor e ao mercado gastronômico inclui as variedades Arbequina, Arbosana, Koroneiki e Coratina (monovarietais) e ainda uma opção do premiado Blend.
“Ganhar prêmio não é o objetivo de quem produz azeite, mas é o reconhecimento junto ao consumidor e ao mercado. Conhecemos a qualidade do produto que elaboramos e tudo isso é um reconhecimento à produção nacional”, comemora Vani Aued, sócia da Olivas do Sul. “E a safra 2020 está especial, marca os 10 anos do rótulo e confirma a qualidade que tradicionalmente acompanha os azeites produzidos em Cachoeira do Sul”, completa.
Oliveiras centenárias - A prova de que o cálcio é fundamental para a planta pode ser conferida na sede da Olivas do Sul. São 66 oliveiras, centenárias e improdutivas, que estavam em outro solo, foram levadas para Cachoeira do Sul e colocadas em um terreno com as condições adequadas de cálcio e o manejo correto – e aos 120 anos, as árvores voltaram a produzir. No ano passado, algumas dessas oliveiras ultrapassaram os 100 quilos de azeitona por árvore. “A idade da planta não influi na qualidade do fruto”, garante o produtor.
O verdadeiro extravirgem - Entre os azeites disponíveis no mercado, o mais indicado para a saúde é o extravirgem, que não passa por nenhum processo químico. A produção de um produto de excelente qualidade começa nos cuidados com o pomar, com azeitonas saudáveis e a extração cuidadosa, em temperatura controlada. Na Olivas do Sul, depois de colhidos os frutos são levados para a indústria que fica em meio aos pomares, sendo processados de imediato, sob a temperatura ideal.
Ao final, o azeite é envazado em embalagem escura, já que os inimigos de um bom azeite são calor, luz e oxigênio. Um ponto importante é a data do envasamento, que consta no rótulo, e buscar a mais recente, já que quanto mais novo o azeite, melhor. A jovialidade faz com que os nutrientes, assim como gosto e aroma, sejam mantidos. A qualidade do azeite de oliva extravirgem também está em parte ligada à acidez do produto, que deve ser de até 0,8%. Finalmente, outro fator importante é a análise dos peróxidos, que segue uma escala de 0 a 20. Quanto menos peróxido tiver, melhor será o azeite. As amostras da Olivas do Sul atingem índices entre 2 e 2,5, mesma proporção dos melhores rótulos do mundo. Isso representa um padrão internacional e é o que torna a marca tão especial e valorizada.
A expansão - a empresa também atua na comercialização de mudas e prestação de serviço. O investidor que escolhe a Olivas do Sul como parceira, adquire mudas produzidas sob rigoroso controle varietal e recebe a assessoria de técnicos e engenheiros agrônomos na implantação de novos pomares, orientações para o cultivo e até na produção de azeite. “Colocamos à disposição todo o nosso conhecimento, técnicas inovadoras, frota agrícola e implementos para as diferentes regiões do Rio Grande Sul”, explica José Alberto. Atualmente, além de 27 hectares plantados em Cachoeira do Sul, a Olivas do Sul também possui pomar em Encruzilhada do Sul, na região da Campanha. A área de 100 hectares deve entrar em produção em 2021. A família Aued espera produzir de 12 a 14 mil litros de azeite na próxima safra.
Texto: AgroUrbano Comunicação
Foto: divulgação Olivas do Sul
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