O sorgo vem ganhando espaço nas lavouras brasileiras por sua versatilidade e, embora seja, muito utilizado como alimento humano na África, Ásia e América Central, no Brasil o grão vem sendo cada vez mais usado na alimentação animal.
Alvo de pesquisa do professor Evandro de Abreu Fernandes há 20 anos, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o cereal demonstra diversas vantagens ao ser utilizado na alimentação de frangos e galinhas poedeiras.
Mitos
O professor destaca os avanços e o espaço já conquistado pelo cereal. “Eu considero esse grão como o que mais paradigmas teve e continua tendo, porque primeiro falava-se de tanino, substância cujo sabor fazia os animais rejeitá-lo, a ausência de pigmento amarelo. Mas com 20 anos de pesquisa e estudo, pode-se afirmar que isso não é correto. Eu não tenho dúvida que o sorgo é uma excelente alternativa para agricultura, especialmente para pecuária de aves e suínos”, destaca o pesquisador.
Conforme os estudos realizados na UFU, o valor nutricional do sorgo é basicamente igual ao do milho, prioritariamente energético. Assim como o milho, ele tem de 62% a 65% de amido, mas o grão de sorgo tem mais proteína: de 8,5% a 9% contra 7,8% a 8% do milho, e menos óleo :1,5% contra 3% do milho.
“Primeiro mostramos que o sorgo substitui o milho sem nenhum problema, na dieta de aves e suínos, porque apesar de não ter pigmento, eu posso acrescentar pigmento sem ter problema com a qualidade interna do produto. E também é possível para as aves usar o sorgo inteiro, sem moer, a um custo mais baixo, ou seja, sem gastar com moagem”, explica o professor Evandro.
Vantagens do sorgo sobre o milho
Com a autoridade de ser um dos pesquisadores que há mais tempo estuda o desenvolvimento dessa cultura no Brasil, o professor Evandro lembra que a base de ração no Brasil ainda é o milho e farelo de soja. Mas o sorgo tem um custo mais baixo e substitui por completo o milho da ração, tanto para aves quanto para suínos, em ganho de peso e conversão alimentar.
“Então, como grão de safrinha, agronomicamente falando, é mais resistente ao veranico e na questão nutricional substitui 100% o milho”, finaliza o professor Fernandes.
Para o mercado, o cultivo de sorgo em sucessão a culturas de verão tem contribuído para a oferta sustentável de alimentos de qualidade para alimentação animal e de baixo custo, tanto para pecuaristas como para as indústrias de rações.
Segundo o professor, o melhoramento genético foi essencial para o crescimento dessa cultura, por meio de seleção, priorizando as variantes sem tanino que, cruzadas, deram origem às sementes comercializadas hoje.
Conquistando espaço
Por ser uma planta mais resistente ao estresse hídrico, o sorgo vem ganhando a preferência do produtor, especialmente em algumas regiões do país como alternativa para o lugar do milho safrinha. Em um cenário de instabilidade climática, trabalhar com culturas mais rústicas, sem perdas significativas de qualidade nutricional, tem sido fundamental.
A Sementes Jotabasso acredita no potencial do sorgo segunda safra, tanto que tem investido no lançamento de híbridos desse grão, como o JB 1324 e JB 1330, que têm como principal característica o alto potencial produtivo, podendo alcançar superar 6.000 kg por hectare.