O Brasil está entre os 10 países com a maior área irrigada do planeta, conforme estudo da Agência Nacional de Águas (ANA). O chamado “Atlas Irrigação: uso da água na agricultura irrigada”, mostra que o país tem 6,95 milhões de hectares (Mha) que produzem alimentos utilizando diferentes técnicas de irrigação.
Na região Centro-Oeste a Sementes Jotabasso é uma das pioneiras na utilização desse tipo de técnica. Os primeiros pivôs centrais foram instalados na fazenda localizada em Ponta Porã há mais de 28 anos e, recentemente, a empresa investiu em novos pivôs com mais 765 hectares de área irrigada, totalizando 1.558 hectares de área irrigada nessa propriedade.
O engenheiro agrônomo da Jotabasso, Edmar Lopes Dantas, explica que área irrigada foi aumentando aos poucos. “Além dos primeiros pivôs instalados há mais de 25 anos, em uma segunda etapa, em 2003, foi aumentada a área de irrigação, que passou para 793 hectares. Agora, nesse ano, concluímos o projeto com mais 765 hectares irrigados, num total de 1.558 hectares. São pivôs com tamanhos que vão desde 107 hectares, 116 e uns com mais de 153 hectares”, conta o agrônomo.
Importância e benefícios
A irrigação tem papel fundamental na agricultura. Na Jotabasso, ela também tem função estratégica, uma vez que contribui para a estabilidade e o aumento da oferta de alimentos. A intenção das áreas irrigadas também é proporcionar condições para um planejamento melhor e mais assertivo da safra, como detalha Dantas.
Escalonamento da semeadura
“Como estratégia você consegue programar a época de semeadura ideal para cada cultura, como no caso de setembro que não tivemos chuva suficiente para iniciar a semeadura. Mas, nas áreas irrigadas, assim que acabou o vazio sanitário em 15 de setembro, já começamos o plantio da soja e finalizamos 100% da área irrigada”, explica o agrônomo.
“Graças à irrigação, é possível escalonar a semeadura e ter a garantia que através do complemento da água da irrigação você consegue ter uma produção alta por hectare, programar melhor seus recursos e insumos”, enfatiza Dantas.
Outro fator destacado pelo agrônomo é que nas áreas sob irrigação, em regiões do Mato Grasso do Sul, o produtor pode fazer mais safras. “Nas áreas não irrigadas a gente faz duas culturas por ano. Onde tem o sistema de irrigação, é possível fazer uma terceira safra. Agora soja, que colhemos final janeiro, milho na sequência, e colhemos em julho, e entramos com uma terceira safra, com aveia ou trigo. Agora colhemos a terceira safra dos pivôs onde foi semeado soja, milho, aveia e trigo. É uma otimização das áreas”, compartilha o agrônomo.
Mais do que possibilitar o plantio no período adequado, o sistema de irrigação garante a qualidade do material. “É primordial para ter um produto de alta qualidade, resultando em sementes oriundas de campos de alta produção, sem ter sofrido o stress de déficit hídrico. São essas sementes de qualidade que vão chegar aos produtores posteriormente”, acrescenta Dantas.
Pivôs auxiliam no consumo racional dos recursos hídricos
Além de toda essa parte de manejo e uma estabilidade maior de produção, a utilização de pivôs de irrigação oferecem uma melhor condição para o solo e uso racional da água. Ciente de que os recursos naturais da Terra não são infinitos e não renováveis, a Jotabasso faz todo o processo de rotação de cultura e de correção de solo para maximizar o uso adequado desses recursos.
No caso dos pivôs centrais, eles são utilizados para uma irrigação suplementar, como explica Edmar Dantas. “Durante o ciclo da cultura existem chuvas normais, não é preciso irrigar, mas em algum momento, dezembro ou janeiro, é comum ocorrer déficit hídrico, é nesses intervalos que gente usa irrigação suplementar. Com isso você minimiza os riscos causados pelo déficit hídrico, havendo uma padronização melhor das culturas tendo sempre uma semente com altos teores de nutrientes, que é importante para o produtor que vai adquirir essa semente posteriormente”, finaliza o agrônomo.
Texto: AgroUrbano Comunicação
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