Parceria entre Ibraoliva e Embrapa viabilizou credenciamento do laboratório que deve reduzir o tempo e o custo das análises para os produtores
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) credenciou nesta semana o laboratório da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, para análise de azeite de oliva. A ação foi viabilizada com uma parceria entre a Embrapa e o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), que fez o aporte financeiro.
O Laboratório de Análises de Azeites da Embrapa Clima Temperado já havia recebido, ainda em 2019, a Certificação por parte de INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), mas faltava o credenciamento do MAPA.
Até então, as análises dos azeites produzidos no estado eram enviadas para São Paulo onde eram submetidos aos testes. Agora, essas análises poderão ser realizadas no novo laboratório instalado no Sul do estado, como explica o presidente do Ibraoliva, Paulo Marchioretto. “Antes precisávamos mandar os azeites para o interior de São Paulo para fazer essas análises, e que agora, sendo feitas aqui no RS, além de ficar mais perto, diminui os custos para o produtor”.
Com o credenciamento, o produtor poderá enviar diretamente as amostras para a Embrapa, que fará a análise físico–química do azeite. A análise mede, por exemplo, os índices de acidez e peróxidos, que devem constar no contrarrótulo da embalagem do azeite a ser comercializado, atestando sua conformidade diante da legislação e que o azeite está apto a consumo.
Safra 2020
De acordo com o Ibraoliva, a produtividade de azeites em 2020 deve ficar abaixo do normal devido aos problemas climáticos ocorridos na época da floração. Em 2019, a produção de azeite no estado chegou a 180 toneladas, enquanto para este ano a previsão é de aproximadamente 80 toneladas. Porém, a baixa quantidade de azeitonas não afetou a qualidade do azeite.
Com o período de quarentena, toda a cadeia produtiva e o comércio foram, de alguma forma, afetados, e isso pode se refletir no mercado de azeites, como explica Marchioretto. “A quarentena certamente afetará o mercado de azeites, porém, acreditamos que num curto espaço de tempo esse mercado se restabeleça ante a notória qualidade no nosso produto e os efeitos benéficos para a saúde”.
De acordo com o Instituto, hoje, o RS possui aproximadamente 200 olivicultores que, em sua grande maioria, são produtores de azeite. Poucos produtores se dedicam a produção de azeitona de mesa neste momento, apesar de ser um mercado que tende a se expandir e receber investimentos num futuro próximo.
Como os pomares do RS ainda são jovens (a maioridade produtiva da oliveira é alcançada aos 8 anos), apesar dos imprevistos deste ano, as perspectivas de valorização do produto nacional são positivas. “Estamos ainda em fase de investimentos, mas as perspectivas são animadoras, especialmente nesse momento com o dólar valorizado, pois isto faz com que o produto nacional consiga fazer frente ao importado”, acrescenta o presidente do Ibraoliva.
Os pomares implantados e que estão produzindo, já tem sua qualidade reconhecida internacionalmente, tendo recebido nos últimos 3 anos mais de 50 prêmios em concursos fora do Brasil. Nesse cenário, o laboratório da Embrapa e Ibraoliva vem para somar nesse ramo e oferecer os melhores produtos aos consumidores. “Um dos principais objetivos do Ibraoliva é mostrar ao consumidor as qualidades do nosso azeite e qual a diferença em consumir um azeite jovem, fresco, frente aos importados que, em sua maioria, não tem a mesma qualidade de um produto recém extraído. Da mesma forma passar informações para o consumidor para que ele possa distinguir e reconhecer um azeite de qualidade, que não seja adulterado, por exemplo, com a mistura de óleo de soja, canola. Nesse sentido, aliás, o MAPA tem realizando várias apreensões de azeites adulterados nos últimos anos”, conclui Marchioretto.
Texto: AgroUrbano Comunicação
Foto: Paulo Lanzetta
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