O Brasil pode chegar nesta safra 2022/23 ao volume de 150 milhões de toneladas de soja, com uma produtividade média de 3550 quilos por hectare. E apesar do alto volume, não verifico uma desvalorização da saca neste primeiro momento. O montante também sinaliza eficiência dos agricultores, que estão abertos à novas tecnologias e ciência do solo, optando por sementes que conseguem extrair o máximo potencial produtivo do solo.
Essa alta produtividade vai muito além do que, simplesmente, colocar mais soja no mercado. Além da sustentabilidade, por mostrar eficiência sem necessidade de abertura de novas áreas, estudo divulgado pela S&P Commodity Insights aponta que áreas onde há o cultivo de grãos, ocasiona maior valorização das terras, e a tendência é de que as mais produtivas, tenham maior valor agregado.
Entre 2021 e 2022, por exemplo, o preço do hectare de terra agrícola no Brasil, subiu 45%. Em valores isso representa um avanço de R$ 36,7 mil para R$ 53,3 mil, por hectare. Valorização oferecida pelo potencial econômico da terra, cada vez mais produtiva, influenciado pelo uso ininterrupto da ciência no solo, que tem gerado sementes altamente produtivas e tecnológicas.
É claro que o solo e a distribuição hídrica somam muito a essa conta de produtividade, a exemplo do Centro-Oeste, maior região produtora, onde o relevo é fator primordial para os grandes volumes. Mas é a semente que carrega todo o potencial genético e biotecnologias, capazes de controlar lagartas e uso de herbicidas, confirmando-se como o insumo mais importante da lavoura.
Nesse sentido, o agricultor precisa se atentar a alguns critérios ao escolher a semente ideal para altas produtividades. Buscar o histórico e estudos ligados ao uso da cultivar em sua região, tipo de solo, tecnologia aplicada no plantio e época de plantio, e buscar as melhores empresas, para obter a melhor germinação e vigor.
Agricultores que buscam consultores da Produce para aquisição de sementes, têm conseguido resultados com produtividades acima da média nacional. Na atual safra as melhores sementes e cultivares, automaticamente as mais procuradas, são a Olimpo, NEO790, Bônus, Desafio, Ultra, DM75i74. Em Goiás, por exemplo, os resultados mais significativos estão com a DM68i69, DM75i74, Foco, NEO 680, NEO 750, enquanto os sul-mato-grossenses comprovam resultados com a M6410, Terere, Pirapo e DM66i68.
Falando em novidades no mercado, a Produce soma mais de 50 novas cultivares no portifólio, além das novas tecnologias, enlist e xtend.
Cada estado com sua particularidade, mas no geral, o Brasil deve surpreender mais uma vez com altas produtividades, dependendo agora apenas dos volumes de chuvas na colheita. Mato Grosso do Sul superará a estiagem do ciclo anterior, Minas Gerais também garantirá altas médias produtivas, São Paulo merece atenção pelas áreas de reformas de cana, o MAPITOBAPA por estar em uma crescente de áreas em reformas de pastos, com cultivares específicas para o perfil de solo e relevos. Paraná e Santa Catarina merecem destaque pela velocidade do plantio, que proporcionará boas possibilidades para o cultivo da safrinha e o Rio Grande do Sul, que vem sofrendo com o fenômeno La Niña nos últimos anos, estado de grande importância para o cenário nacional.
Um cenário complexo, mas produtivo, perfil da produção agrícola do Brasil, cada vez mais sustentável, com agentes eficientes e atentos às tecnologias.
*Juliano Ribeiro, Eng. Agrônomo formado há 14 anos, Gerente Nacional de Produto da Produce. Atua há mais de 10 anos no mercado de sementes, com operações em diversos estados brasileiros, a partir da sua experiência em três companhias multinacionais.