A pandemia intensificou uma tendência que, no agronegócio, já ocorria gradativamente há alguns anos, de digitalização na comercialização de insumos e de produtos. Liderando o leque de oportunidades, as startups do agro (chamadas Agtechs) disponibilizam o uso da tecnologia para dentro e fora do campo. O número delas chegou a 1.574, segundo o Radar Agtech Brasil 2020/2021, um crescimento de 40% em comparação a 2019. O levantamento foi elaborado em parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a SP Ventures e a Homo Ludens Research and Consulting, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Com um modelo de negócios inovador, a Agtech catarinense Produce aposta em um formato colaborativo na comercialização de insumos e produtos e na assistência ao produtor rural. Para isso, conta com um verdadeiro exército, de mais de 2.500 consultores espalhados de Norte a Sul do país, em relacionamento direto com o produto rural. São os próprios consultores que lidam com a plataforma, realizando as comercializações por meio de um aplicativo, entregando comprometimento e produtividade a todo o tipo de cultura. A empresa tem uma meta audaciosa para este ano, chegar a 15 mil consultores espalhados pelo país até o final de 2022.
“Viemos para oferecer ao produtor algo para além dos modelos tradicionais, de um jeito diferente e mais inteligente. Encaramos a compra e venda de insumos de forma menos burocrática, estreitando os laços entre os fornecedores e o campo. Levamos tecnologia sem abrir mão da interação humana”, resume Guilherme Trotta, diretor da Produce. No modelo de negócio, o consultor acompanha o produtor de perto, desde a ajuda na escolha do produto mais adequado, a melhor condição de negociação e, ainda oferecendo consultoria. “Isso tem um valor inestimável para o produtor”, acrescenta Trotta.
- Agtech registrou aumento de 128% no volume de vendas -
O modelo de negócio em que o consultor é a única ponte entre o fornecedor (Produce) e o produtor rural vem rendendo ótimos resultados. Criada em 2019, a startup registrou aumento de 128% no volume de vendas, só no ano passado. A cartela de clientes aumentou em 215% e o portfólio de produtos, como fertilizantes e sementes de grãos, oleaginosas e pastagens, foi ampliado em 241%. Com atuação consolidada em regiões como o Sul, a presença agora avança pelo cerrado brasileiro. “Nossos consultores começam atuando com o próprio círculo de amigos e conhecidos, tomando um café ou mesmo um churrasquinho. Bons produtos todos têm para oferecer, o que faz a diferença na Produce é esse relacionamento”, reitera Trotta. A rede de clientes vem sendo ampliada pelos próprios produtores rurais, que fazem novas indicações.
- Modelo de negócio é baseado no formato colaborativo e não precisa de investimento -
O técnico agrícola Rogério Gonçalves da Silva fazia um curso em nutrição de plantas e controle de pragas, há quase três anos, quando um recebeu convite para ser consultor da Produce na região Central do Paraná. “Achei interessante e resolvi tentar”. O crescimento foi rápido, Silva se encaixou perfeitamente na proposta de modelo colaborativo, onde, além de vender, oferece consultoria. “Ser consultor da Produce me ajudou a fazer o que eu tinha tanta vontade, trabalhar como extensionista atendendo o produtor. E está dando muito certo, terminou a safra já me chamam para fazer novos orçamentos e prospectar a próxima. Meus clientes estão contentes”. O especialista em produção agrícola conta que os híbridos de milho Sargento Top2 e Sniper são o carro-chefe na preferência da clientela.
Silva explica, na prática, como um bom trabalho rende, também, novos relacionamentos. “Na safrinha do ano passado, um cliente plantou no dia 1º de março o Híbrido Sniper, que ele ganhou de bônus. Com 110 dias as plantas já tinham atingido o estágio fenológico e reprodutivo do milho, maturação fisiológica e escapes das geadas. Suportaram bem as geadas que atingiram a lavoura, por ser um material superprecoce e tolerante”. O resultado foi uma produtividade de 12 mil kg/alqueire e uma grande repercussão. “Rendeu muitos pedidos e rende até hoje”. Ele cita a estiagem, um ataque severo da praga cigarrinha e fortes geadas como as grandes dificuldades enfrentadas, pelo Paraná, em 2021.
Para integrar o time Produce, não há necessidade de investimentos. “Não temos vendedores que andam com pastinha debaixo do braço, nós queremos o que o consultor tem de mais precioso, que são os seus relacionamentos. Eles são profissionais de áreas distintas, mas que têm o agro no coração”, exemplifica Trotta.
A empresa oferece treinamento, capacitação e acesso gratuito à plataforma e, além disso, o consultor é acompanhado de perto por um time de engenheiros agrônomos da própria Produce. A startup também é a responsável pela logística de distribuição e a cobrança, entregando ao produtor o que foi acertado com o consultor. “É um grande negócio sem metas e sem exclusividade, por isso a nossa parceria é muito honesta, ainda não tem nenhuma outra empresa que faça igual, hoje, no agro”, pondera Trotta. Ele garante que o mesmo conceito é aplicado em propriedades de diferentes extensões, “tenha 1 mil ou 30 mil hectares”, complementa.
Trotta lembra que o produtor rural entende muito sobre as formas de plantio, as máquinas que utiliza, tem visão de negócio e sabe em que pretende investir. “Ele conhece os produtos e consome tecnologia, mas na hora do insumo agrícola prefere uma relação de mais simplicidade, sem se arriscar em um site mirabolante de compras e é aí que entramos. Por isso o nosso modelo está em constante aperfeiçoamento. Estamos sempre nos aprimorando, assim como o mundo e as tecnologias, acompanhando tudo de perto”.
Texto: AgroUrbano Comunicação
Foto: Produce/Divulgação
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