Expectativas de preços mais valorizados e necessidade de cobrir solo podem fazer área plantada aumentar em 10% no RS
Uma das principais culturas de inverno, o trigo deve atingir um crescimento de 10% na área plantada na safra 2020. De acordo com a Embrapa Trigo, o crescimento será movido principalmente pelo aumento do consumo interno, impulsionado pela pandemia, e pelo bom momento registrado nos preços do cereal em razão das perdas ocorridas nas últimas safras. A previsão inicial da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é de uma safra de 5,4 milhões de toneladas, isso se o clima for favorável.
Em 2019, o Brasil registrou uma safra de inverno muito prejudicada pelas ocorrências climáticas desfavoráveis em muitas regiões. Assim, para quem vai apostar no trigo este ano, alguns cuidados são necessários para se obter sucesso nesse cultivo e evitar que os prejuízos se repitam. Uma das soluções pode estar na aplicação de fertilizante mineral, por exemplo, à base de cálcio e enxofre na cultura do trigo, que se torna fundamental para incremento de produtividade e de qualidade dos grãos com aumento dos teores de proteína. O papel das culturas de inverno é fundamental, pois são uma excelente oportunidade para nutrir e proteger o solo e para o sistema de produção e rotação de culturas.
As plantas de inverno, sejam elas apenas para cobertura de solo ou para colher o grão – como é o caso do trigo - precisam de nutrientes, como explica o engenheiro agrônomo Eduardo Silva e Silva. “Não podemos negligenciar a nutrição das plantas de inverno e investir só no verão. Se o produtor pensar assim, quando chegar o verão, vai estar “devendo” nutrientes para o solo, o que pode resultar em uma soja subnutrida, por exemplo”, explica o agrônomo, que também é especialista em solos.
Para repor esses nutrientes ou manter o equilíbrio do solo, muitos produtores de trigo estão recorrendo aos benefícios de fertilizantes minerais à base de cálcio e enxofre, como por exemplo, o SulfaCal, que age na floculação das argilas até a eliminação do alumínio tóxico. “Com relação ao solo, o trigo é muito sensível ao alumínio. Além de suas características fisiológicas muito específicas, ele tem dificuldade de se nutrir e se manter no ambiente que tenha alumínio. Aí entra o papel do sulfato de cálcio, agindo como neutralizador de uma potencial fonte de acidez, que é o alumínio. Além disso, o cálcio também dá estrutura para a planta, reduzindo a possibilidade de acamamento”, explica o agrônomo.
Sobre esse assunto, um estudo foi realizado em 2019 no município de Águas Frias, em Santa Catarina, onde foram utilizados cerca de 200 kg de sulfato de cálcio granulado na linha, por hectare, no momento da semeadura do trigo. O estudo foi conduzido pela líder no fornecimento de sulfato de cálcio no Sul do Brasil, SulGesso, em uma área de um produtor associado da CooperAlfa.
De acordo com o estudo, a produtividade média da cultura na região foi de 45 sacas por hectare, sendo que a estiagem em momentos críticos foi o fator apontado como contribuinte para as menores produtividades. Entretanto, nas áreas de trigo onde foi utilizado o fertilizante com cálcio e enxofre, a produtividade foi superior, variando de 55 a 70 sacas por hectare.
Estes resultados, segundo o especialista em solo Eduardo Silva e Silva, podem ser justificados pela maior tolerância aos veranicos ou estiagens proporcionada pelo sulfato de cálcio granulado, proporcionando incremento de rendimento de grãos.
Para finalizar, Silva e Silva lembra que o condicionamento de solo no inverno, através do sulfato de cálcio, estimula o enraizamento mais vigoroso nas gramíneas e deixa o solo mais aerado, absorvendo melhor a água e criando reservatórios em profundidade. “Com o solo descompactado, as raízes das plantas alcançam maiores profundidades, tendo acesso à água e nutrientes, aumentando a resistência à seca”.
Texto: AgroUrbano Comunicação
Foto: Jussara Cristina Stinghen
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