Sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares, ou seja, cada cultivar possui seu fotoperíodo crítico
A adaptação de diferentes cultivares a determinadas regiões depende, além das exigências hídricas e térmicas, de sua exigência fotoperiódica, ou seja, da quantidade de horas de sol diárias exigida pela planta para seu desenvolvimento.
A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares, isso significa que cada cultivar possui um fotoperíodo crítico acima do qual o florescimento pode ser atrasado. Por esta razão, a soja é considerada planta de dia curto.
Essa influência vai além da fotossíntese, afetando o florescimento. As plantas dessa espécie têm seu florescimento abaixo de um valor chamado de fotoperíodo crítico.
Como funciona
A sensibilidade ao fotoperíodo ainda é uma importante restrição para uma adaptação mais ampla da soja. Em função dessa característica, a faixa de adaptabilidade de cada cultivar é variável à medida que se desloca em direção ao norte ou ao sul, segundo o engenheiro agrônomo da Sementes Jotabasso, Edmar Dantas.
As variedades com menor sensibilidade ao fotoperíodo são conhecidas como cultivares com Período Juvenil Longo (PJL). A juvenilidade em soja é determinada pelo período entre a emergência e o início da indução fotoperiódica, ou seja, durante esse período a planta de soja não responde ao fotoperíodo.
Cultivares com PJL retardam o florescimento e, por consequência, ocorre o aumento do ciclo de desenvolvimento da soja, sobretudo em regiões e/ou épocas de semeadura em que o fotoperíodo é menor que o fotoperíodo ótimo (com máxima indução ao florescimento).
Fotoperíodo crítico
Para entender a função ecofisiológica do fotoperíodo crítico, Dantas sugere a seguinte situação:
“Imaginamos cultivares com a mesma duração da fase de pré-indução floral, a variedade com maior fotoperíodo crítico será classificada como a de menor grupo de maturação relativa, e consequentemente será indicado para regiões de maiores latitudes, como por exemplo, o Sul do Brasil, e semeaduras mais antecipadas dentro do zoneamento agroclimático. Assim, o maior fotoperíodo das regiões de maiores latitudes atenderá a fotossensibilidade de cultivares de maior fotoperíodo crítico”.
No entanto, caso este mesmo cultivar fosse semeado em menores latitudes, como é o caso do estado de Mato Grosso, que apresenta menor fotoperíodo durante a safra de soja, o resultado seria outro, como explica Dantas.
“Nesse caso teríamos um florescimento precoce, o que resultaria em menor número de nós, menor porte de planta, menor inserção de primeira vagem, e consequentemente, menor produtividade”, detalha.
Semeadura fora da janela ideal
Mesmo sabendo que o período ideal na região de Mato Grosso do Sul é o mês de outubro, nada impede que por motivos adversos, o produtor tenha que semear fora desse período, então ele deve verificar qual a cultivar sofre menor interferência do fotoperíodo para que possa semear.
“Cada empresa obtentora de tecnologia tem recomendações de cultivares para as diferentes realidades climáticas, hídricas e de fotoperíodo. Cada portfólio tem as cultivares que podem ser utilizadas para fechamento de semeadura mais tardia”, finaliza o agrônomo.
Projeto DNA Agro / Canal Rural
Texto: AgroUrbano Hub de Comunicação
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