Embora seja planta originária de clima temperado, a soja adapta-se bem em uma ampla faixa de outros climas. As temperaturas médias, ideais para o melhor desenvolvimento da soja, estão entre 20°C a 35ºC. Acima ou abaixo dessas temperaturas pode haver problemas fisiológicos, especialmente no que se refere à floração e à ação dos nódulos nas raízes, como explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia.
Qual seria o clima ideal para aumentar a rentabilidade do cultivo de soja? De acordo com especialistas, a semeadura da soja não deve ser realizada quando a temperatura do solo estiver abaixo dos 20°C, pois a germinação e a emergência da planta ficam comprometidas.
Temperaturas
Além disso, recomendação sobre o período correto para o plantio varia de acordo com cada região do país, principalmente com relação às chuvas e o clima, e são vários os fatores relacionados ao clima que influenciam na produtividade da cultura da soja.
“Se referindo à condição climática, sempre acabamos dando maior enfoque na chuva, pois essa é a que tem maior frequência nos impactos, positivos ou negativos, no desempenho da lavoura. Outro fator relevante é a distribuição dessas ao longo do desenvolvimento das plantas. Menores quantidades de chuva, porém, bem distribuídas, são mais importantes que grandes volumes em fases de desenvolvimento das plantas menos exigentes”, destaca o pesquisador Garcia.
O especialista ainda lembra que variáveis, como as temperaturas e a luminosidade, também são exemplos das condições climáticas que podem afetar as produtividades da lavoura de soja. “A agricultura é uma atividade de risco, no entanto, existem uma série de práticas culturais que minimizam esses riscos”, alerta o pesquisador.
Outro detalhe importante é que, muitas vezes, a semeadura da soja não é efetuada em época de melhor potencial produtivo porque o produtor acaba pensando na cultura em sucessão. Ou seja, quanto mais cedo a semeadura da soja, mais antecipada será a colheita e a semeadura da cultura em sucessão.
O planejamento
“No Mato Grosso, por exemplo, há cultivo de milho segunda safra ou o algodão safrinha. No sul do Mato Grosso do Sul e Paraná, essa semeadura do milho antecipada, além de maior oferta hídrica, haverá menores riscos de ocorrência de geada em fases críticas do milho. Em algumas regiões, a antecipação da semeadura da soja também pode se dar em função da menor ocorrência de ferrugem asiática da soja e percevejos”, acrescenta Rodrigo Garcia.
Nesse contexto, o planejamento do produtor é muito importante, principalmente com a escolha das cultivares. O pesquisador destaca que há cultivares de soja com bom potencial produtivo mesmo nessas semeaduras antecipadas de meados de setembro. Já outras não apresentam bom comportamento. Ou seja, essa escolha equivocada já pode comprometer algumas sacas de soja.
Como nessa época as chuvas não estão estabilizadas e a entressafra é seca, em muitas regiões produtoras de soja muitos cuidados são importantes nessa fase inicial.
“Solos bem cobertos com palhada tem um forte efeito na diminuição das temperaturas do solo. Solos mais arenosos e sem cobertura podem atingir temperaturas muito elevadas, ocasionando a morte de plântulas de soja e prejuízos no estande de plantas. Muitas vezes é preferível esperar algumas chuvas para que o solo tenha um armazenamento de água mais adequado”, ensina o pesquisador.
“Outro ponto que melhorou bastante nos últimos anos é a previsão climática em períodos curtos. Ou seja, se não há previsão de chuvas para os próximos dias, não há necessidade de se fazer ‘semeadura no pó’, em que as chances de replantio acabam aumentando”, finaliza Garcia.
Texto: AgroUrbano Comunicação
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