A área cultivada de oliveiras no Rio Grande do Sul vem aumentando consideravelmente. Em 2018, a expansão foi de cerca de 30%, chegando a aproximadamente 3.464 hectares em todo o estado, conforme dados da Secretaria de Agricultura do RS. No entanto, manter ou ampliar a produtividade nos pomares segue sendo um dos principais desafios de quem investe nessa cultura.
Segundo os especialistas, é preciso buscar constantemente novas técnicas adaptadas ao tipo de solo e clima do nosso país. "Vale lembrar que as nossas condições de solo e clima são distintas às de outros países produtores. Se o produtor aplicar um manejo do solo adequado, ele consegue atingir bons picos de produtividade, mas como os solos são geralmente pobres, esses nutrientes acabam se exaurindo da terra. E se o produtor não fizer uma reposição, é possível que esses pomares só voltem a produzir a mesma quantidade após 3 ou 4 anos", destaca o engenheiro agrônomo Emanuel de Costa, que também é gerente do pomar da Olivas do Sul, empresa responsável pelo primeiro azeite de oliva extravirgem do mercado a ser produzido em escala comercial no Brasil.
Além de comandar a produção nos pomares da Olivas do Sul, tanto em Cachoeira do Sul como em Encruzilhada do Sul, o engenheiro agrônomo percorre outras regiões produtoras no estado, através do serviço de assessoria técnica que a empresa oferece a investidores interessados em entrar no ramo da olivicultura. E foi percorrendo outras áreas que Emanuel identificou um desafio comum em várias regiões: combater o alumínio em solos com características ácidas.
"O alumínio, em solos ácidos, e a falta de cálcio estão entre os principais responsáveis pela baixa produtividade nos pomares de oliveiras. Esse tipo de solo constitui um fator limitante ao crescimento das plantas. O sintoma mais evidente do efeito nocivo dos níveis tóxicos de alumínio é a redução no crescimento radicular de plantas sensíveis, o que impede a planta de obter água e nutrientes em profundidade pelo seu enraizamento superficial", explica Emanuel.
De acordo com levantamento realizado pela Embrapa, o Rio Grande do Sul possui 7,4 milhões de hectares de terra com aptidão recomendável para o cultivo, sendo que 51% se encontra na metade sul do estado. Mesmo assim, os especialistas recomendam que os cuidados com o solo comecem antes mesmo do plantio. O engenheiro agrônomo e especialista em solo, Eduardo Silva e Silva, explica que as oliveiras consomem muitos nutrientes como nitrogênio, cálcio (cerca 168 kg /ha), potássio, fósforo, enxofre e magnésio, e que para uma produção de qualidade é preciso começar investindo no solo, que vai oferecer a base nutricional para a planta. "É um processo de transferência, onde a partir de um solo equilibrado o produtor terá uma planta mais nutritiva e, por consequência, um reflexo na qualidade do produto final", destaca.
Uma alternativa para combater o alumínio tóxico e equilibrar os nutrientes do solo é pela aplicação de um composto à base de cálcio e enxofre, chamado SulfaCal, na forma granulada. "Nos pomares em geral, especificamente de oliveiras, o produtor muitas vezes tem dificuldade de aplicar produtos em pó, por exemplo. Então, para ele, ter uma tecnologia granulada é muito importante, pois concentram mais nutrientes no grânulo, o que implica em menor quantidade de produto por hectare e, além disso, reduz-se o custo operacional de aplicação, diante da facilidade, uniformidade e rapidez de aplicação. Portanto, aplicar SulfaCal, um fertilizante de alta qualidade, puro, com a maior concentração de nutrientes, como o cálcio e enxofre, garante ao produtor maiores ganhos, tanto na produtividade quanto na redução de custo", destaca Silva e Silva.
O especialista explica que o segredo está na área explorada pela raiz da planta no solo. Reforça que fertilizantes minerais à base de sulfato de cálcio auxiliam muito no combate ao alumínio tóxico, no aumento do tamanho e profundidade da raiz, com consequente aumento da capacidade de absorver água e assim, melhorar a produtividade.